LÁBIOS QUE BEIJEI


Lábios que beijei,
Mãos que afaguei
Numa noite de luar, assim.
O mar na solidão bramia
E o vento a soluçar, pedia
Que fosses sincera para mim.

Nada tu ouviste
E logo que partiste
Para os braços de outro amor.
Eu fiquei chorando,
Minha mágoa cantando.
Sou estátua perenal da dor.

Passo os dias soluçando com meu pinho,
Carpindo a minha dor, sozinho
Sem esperanças de vê-la jamais.
Deus tem compaixão deste infeliz!
Porque sofrer assim,
Compadecei-vos dos meus ais!

Tua imagem permanece imaculada
Em minha retina cansada
De chorar por teu amor.

Lábios que beijei,
Mãos que afaguei...
Volta...
Dai lenitivo à minha dor...

(J.Cascata / Leonel Azevedo)





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